07.jun.2025



Mais Artigos
Cidadania

Revolução e Involução*
por Luiz Roberto Londres

Preâmbulo

A marcha da história das missões das profissões deu uma "meia volta, volver" e ouviu, de maneira um tanto literal, o comando de "ordinário, marche". E de ...


Momento da Sinceridade
por Luiz Roberto Londres

A crítica dura acirra ânimos. Não faz mal. Minhas considerações não são de ordem pessoal. Não gosto de sua atuação na função em que se encontram. Não me sinto representado.*
...


Bebe, um Amigo!
por Luiz Roberto Londres

No tempo em que vivemos, no qual prevalecem as ligações por interesse, em que vaidades são motivo de orgulho, em que as aparências contam mais que as essências e as relações pessoais são descartáve ...


Comunicação

As Tábuas da Lei*
por Luiz Roberto Londres
A imagem de Moisés descendo do monte Sinai e encontrando seu povo adorando um D'us de ouro construído pelos homens talvez possa traduzir, silenciosamente, os clamores da atual crise. São os ecos de um ...


Jornalista - Um Estado de Espírito
por Luiz Roberto Londres
Há 30 anos, Dr. Fernando Paulino, talvez o maior cirurgião que o Brasil tenha tido, ensinou-me algo que os médicos pareciam não saber: "Nunca deixe de falar com os jornalistas, eles sempre serão nosso ...



Medicina e Saúde

Sete de Abril
por Luiz Roberto Londres
Há exatamente 180 anos o Paço do Senado recebia missiva do Imperador Pedro I abdicando do trono brasileiro em favor de seu filho ainda menor, Pedro de Alcântara. Cento e quinze anos depois, nesta mesm ...


Há Cirurgias Desnecessárias?
por José Antonio Diniz de Oliveira

Novembro de 2008. Inconformado com um desconforto persistente havia 3 meses, que iniciava na coluna lombar e refletia até a panturrilha direita, procurei um neurocirurgião. O incômodo já não me i ...

Novo Código de Ética Médica
por Luiz Roberto Londres
O Conselho Federal de Medicina apresentou, no início de setembro, o novo Código de Ética Médica - fruto de dois anos de intenso trabalho e constantes encontros dos participantes. Foi feita ampla consu ...




Ver todos

O médico tem a tendência a esquecer que são os doentes que chamam o médico.

Georges Canguilhem (O Normal e o Patológico)

Leia mais


Entrelinhas
Artigos Cartas Depoimentos e Discursos Literatura
Artigos




Da Aldeia Global à Globalização*
por Luiz Roberto Londres

Durante séculos a vivência dos seres humanos se restringia ao pedaço de terra em que viviam. Para conhecer ou tomar ciência de outros lugares tinham que deixar seu ambiente e se deslocarem para outras plagas. Notícias só através de outro ser humano que viesse das distâncias com algo a dizer ou mostrar. A única exceção talvez fosse o pombo-correio. Tempo, energia e recursos eram consumidos nessa tarefa, seja a pé, a cavalo, por mar ou sobre rodas. Os meios de transporte por superfície, fosse por via terrestre ou marítima, agrupavam pessoas em um veículo. As asas apenas vieram tornar essas viagens mais rápidas.

O telégrafo diminuiu consideravelmente o tempo da comunicação escrita, e o telefone possibilitou esse contato em tempo real. O rádio e, posteriormente, a televisão, aos poucos, foram trazendo a cidade, e depois o país e o mundo, ao local onde estavam as pessoas. Invertia-se, assim, o fluxo: de ativo que era, tornava-se passivo. Essa situação perdurou até o aparecimento da Internet, que coincidiu com o domínio das grandes redes de comunicação. Com isso, todo o mundo estava em todos os lugares e ao mesmo tempo, por vezes em tempo absolutamente real - isso é o que acreditamos. Na verdade, algumas partes do mundo ocupam todo esse espaço, enquanto outras são lembradas apenas nas catástrofes.

Este "ruído" de comunicação foi ocupando, nas mentes, o espaço que antes era ocupado pelo seu "em torno". Vivências e emoções antes desconhecidas se incorporavam à vida quotidiana. Preocupações distantes passavam a ser ameaças iminentes. E os veículos da mídia logo perceberam que provocar a produção de altas doses de adrenalina através de notícias catastróficas e ameaçadoras prendia a atenção de todos. Vemos hoje a criação de manchetes que representam um fato isolado, por vezes até quase corriqueiro, mas apresentado de modo extravagante. Vemos a supervalorização de tudo o que pode causar indignação ou temor. A página policial da minha juventude, hoje ocupa todo o jornal, seja ele escrito, falado ou televisado.

Marshall McLuhan é um nome bastante citado quando o assunto é comunicação. Há quase 50 anos, em seu livro "Understanding Media", ele faz uma análise do progresso dos meios de comunicação. É dele o termo "aldeia global" e é dele a sentença "o meio é a mensagem". E, se perdermos um pouco de nosso tempo pensando sobre o assunto, veremos que, como em muitas outras áreas (entre as quais, além da Imprensa, a Educação, a Política e a minha Medicina) o progresso dos meios se dá às custas das finalidades.

E é bom entendermos que, quando os meios viram fins, os princípios desaparecem.

* Artigo publicado na Revista Menorah

Navegue por tema:


Busca avançada de textos:








Home | Links de Interesse | Direitos de Uso

Desenvolvido por Canvas Webhouse
2007 - Todos os direitos reservados - Luiz Roberto Londres