07.jun.2025



Fatos tinham de ser orientados em torno de perguntas específicas e perguntas representam viés.

Lester S.King (Medical Thinking)

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Jalecos brancos e cifrões
(27/4/2007 | Revista Carta Capital)

O médico Luiz Roberto Londres, diretor da Clínica São Vicente, no Rio de Janeiro, muito matuta sobre o ofício que pratica há quatro décadas. Não teria a medicina perdido as razões originais? Não teriam os médicos se tornado negociantes? No livro Sintomas de uma Época - Quando o ser humano se torna um objeto (BomTexto, 256 págs., R$ 40), Londres responde tais perguntas.

CartaCapital: O que o levou a escrever o livro?
Luiz Roberto Londres:
Quando me formei, em 1965, havia a noção clara do que era ser médico. Nós fazíamos trabalhos sociais, com cobrança quase simbólica para não parecer favor, e quase todos os serviços importantes eram feitos em hospitais públicos. Isso faz parte do nosso juramento. Com os seguros-saúde, nos anos 70, a discussão passou a ser feita com base no dinheiro. A crescente complexidade nos aparelhos e a força dos fabricantes de remédios foram mudando a situação e, hoje, muitos hospitais e médicos visam o dinheiro pelo dinheiro. Antigamente, era impensável um hospital recusar um paciente por não ter seguro-saúde.

CC: O seu hospital não recusa?
LRL:
Emergência, nunca. Mas, hoje, até o serviço público recusa pacientes.

CC: Hospitais e médicos mentem por dinheiro?
LRL:
Aparelhos são vendidos com propostas miraculosas, mas vão atender a 0,001% da população. Há doenças inventadas para vender remédio.

CC: O que o senhor espera com o livro?
LRL: A grande maioria das pessoas tem anseios éticos, mas acha que não pode fazer nada. Queria contribuir para uma certa tomada de consciência. - APS


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