07.jun.2025



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Edmund Pellegrino (Humanism and the Physician)

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Meus Heróis



Não sei porque, tive ímpetos de falar dos meus “heróis”. Acho que isso estava fermentando dentro de minha cabeça e o fato de você ter dito que gostaria de saber tudo a meu respeito tenha feito com que eu colocasse minhas idéias em papel e as enviasse.

LITERATURA: Goethe, ímpar dos ímpares, do qual pouco li mas com quem me identifico. Pena que tenha nascido em Frankfurt, cidade hoje, pelo menos para mim, sem o menor interesse, muito americanizada. Além do mais brilhava com sua inteligência e eu, muito pouco modesto, me identifico com isso também. Na língua portuguesa Eça de Queiroz cuja obra devorei ainda solteiro, por volta dos 15 anos, na casa de um grande amigo, Luiz Eduardo Guinle, numas férias em Teresópolis. “A Ilustre Casa de Ramirez”, “A Cidade e as Serras”, o “Mandarim” e a “Relíquia” são as que mais me marcaram. Confesso que o “Primo Basílio” tem algo a ver comigo assim como “O Crime do Padre Amaro”. Um dia vou relê-las.

POESIA: Antonio Machado, espanhol de Soria. Pérolas e Diamantes em sínteses poéticas e sempre com a profunda colocação a respeito do outro e do si mesmo emergente da profundidade. Definiu-me a mim, entre talvez tantas outras de suas obras, em “O Marinheiro e o Jardineiro”. Deu o grande grito em direção à criatividade quando falou de ecos e vozes; tornou-se popular com o poema do caminhante; lá embaixo vou transcrever algumas obras que cito no texto. Dos brasileiro Augusto dos Anjos da terra de meu pai, o “poeta negro” do Brasil com seus escândalos verbais, com seu pessimismo biológico e bioquímico, com suas fantásticas falas de um egresso precoce da escola médica.

MÚSICA CLÁSSICA: Liszt, de longe o que mais me enleva e entusiasma por tudo o que ele representou: o compositor, o pianista, o conquistador, o bom caráter que ajudava seus futuros concorrentes (Dizem que uma noite ele se propôs a tocar no escuro. Tocou divinamente, como nunca. No final, em meio aos aplausos, mandou acenderem a iluminação e viu-se que não era ele o pianista, mas Chopin que se iniciava na carreira ainda sem muita aceitação). Suas Rapsódias Húngaras me calam fundo, em especial a número 2 (já meio batida), a número 6 e a Campanella (acho que é a número 9). Chopin também está entre os meus favoritos quando quero ouvir música mais “ligeira” (adoro suas Mazurkas), e entre ambos está a genialidade e a musicalidade de Mozart. E quando eu quero dar um mergulho mais profundo, em minhas regiões abissais apelo para o sagitariano Beethoven - a música sintetizada em uma só pessoa.

MÚSICA POPULAR: Jacques Brel, sem dúvida alguma. Minha identificação com ele é quase total. Viajo ouvindo suas letras e, ao contrário de todos os que escrevem a seu respeito, contrário inclusive à declarações do próprio Brel, considero a simplicidade de sua linha melódica de uma poesia sem par. Acho que é justamente essa simplicidade que faz com que ela seja um perfeito pano de fundo para as suas letras eminentemente poéticas, simbólicas e/ou realistas. No Brasil gosto do Moraes Moreira principalmente dos seus frevos (lembre que sou ¾ nordestino). Dos mais conhecidos acho que as composições do Erasmo Carlos, algumas letras do Chico Buarque (perde-se na música, absolutamente repetitivo) e do Caetano Veloso.

FILOSOFIA: da Grécia, Sócrates, que nada escreveu e que introduziu a maiêutica, para mim o mais perfeito método de se “conversar” a respeito de filosofia. O termo, inclusive me parece perfeito. Heráclito e seu Rio são também, para mim, fonte de constante inspiração. Mais recente, Hegel, não tanto pelo seu sistema monolítico (gosta da idéia como integração sistemática e não tanto da idéia como um sistema monopolista), mas por sua fenomenologia do espírito. O passeio do Universal Abstrato em direção ao Universal Concreto é uma lição constante em minha vido no que diz respeito a reflexões (não sei se outros têm essa leitura, mas eu tenho). Dos modernos, um considerado mais leve é “Ortega y Gasset” que produziu um dos livros mais poéticos da literatura filosófica (Meditationes del Quijote) e que tem a que é para mim a frase síntese da vida comunitária ou da cidadania: “Yo soy yo y mi circumstancia”.




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